Brasília (DF) - A expectativa é que os vetos sejam derrubados, mas o resultado só será divulgado no decorrer de quinta-feira (7), já que a apuração poderá levar oito horas e meia.
Sob
fortes protestos das bancadas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, o
Congresso votou no fim da noite desta quarta-feira os 142 vetos dos royalties
do petróleo. O resultado
só será divulgado no decorrer de quinta-feira (7), já que a apuração poderá
levar oito horas e meia. A expectativa é que os vetos sejam derrubados,
permitindo que estados e municípios não produtores de petróleo recebam parte
dos royalties arrecadados com contratos de exploração já em vigor.
Os
vetos tinham o objetivo de manter esses recursos nas mãos dos estados produtores
(Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo).
A
derrubada dos vetos, no entanto, encerra apenas um capítulo da disputa pelos
recursos do petróleo. Estados produtores já anunciaram que vão ao Supremo
Tribunal Federal (STF) contra a divisão dos royalties dos contratos vigentes.
Esses estados alegam que o rateio de campos já licitados implica quebra de
contrato. Segundo o deputado Adrian (PMDB-RJ), os três governadores já
prepararam ações para reclamar a inconstitucionalidade da derrubada dos vetos.
Obstrução minimizada
A
análise dos vetos durou quatro horas. Apesar do debate prolongado (a votação
começou 3 horas e 20 minutos depois do início da sessão), a obstrução dos
estados produtores foi menor do que a esperada. Eles conseguiram adiar o início
da discussão dos vetos em apenas 50 minutos, por meio de vários questionamentos
regimentais. A outra parte do chamado “kit obstrução”, os requerimentos para
adiamento da discussão ou da votação foram desconsiderados pelo presidente do
Senado, Renan Calheiros, apesar dos protestos dos deputados do Rio.
Em
retaliação, a bancada do Rio de Janeiro decidiu não participar da votação dos
vetos. "A bancada do Rio de Janeiro não quer legitimar o que considera uma
farsa, um estelionato nacional contra o Rio de Janeiro e os Estados
produtores", disse Adrian.
Nos
debates, os deputados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo insistiram que a
redistribuição dos recursos dos contratos vigentes, além de implicar a quebra
dos contratos, vai trazer prejuízos aos orçamentos desses estados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário