18 de abril de 2011

Deputados reclamam da deficiência nas rotas de fuga das usinas de Angra

Em visita às usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ), o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), reclamou do plano de evacuação da cidade. Segundo ele, o plano abrange no máximo 5 quilômetros no total, enquanto no Japão, é de 20 km.
Deputados das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Minas e Energia visitaram as usinas na última sexta-feira (15).
O deputado Adrian (PMDB-RJ), que participou da visita, lembrou que a rodovia Rio-Santos não oferece segurança como rota de escape para a população em caso de acidente nuclear. “Com apenas uma estrada entre o mar e a montanha como rota de fuga, os moradores de Angra dos Reis podem ter problemas para esvaziar o local com rapidez no caso de uma tragédia nuclear."
Ele citou problemas que ocorrem na BR-101 que dificultariam a evacuação rápida em caso de acidente. “No trecho entre Itacuruçá e o centro da cidade, a pista comporta apenas dois carros, um em cada sentido. No trajeto há quatro obras contra quedas de barreira inconcluídas, uma ocupa parte da via, onde só passa um carro por vez. Além disso, as placas de sinalização estão cobertas pela vegetação”, completou.
Integrante da Comissão de Minas e Energia, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) teve uma impressão positiva das usinas de Angra I e II, mas concorda que seria preciso aperfeiçoar o plano de emergência em caso de acidente. "Consideramos que existe uma condição de segurança em Angra dos Reis superior às condições sobre as quais temos notícia no Japão. Isso nos dá tranquilidade, ainda que devamos sempre procurar melhorar as condições para que não haja em hipótese alguma qualquer tipo de acidente que ameace a população local."
Licença definitiva
Cherini também lamentou se certificar que as usinas não têm licença definitiva ambiental para funcionar. “Isto é uma preocupação porque todos os setores precisam cumprir a lei e a energia atômica não está cumprindo a lei.”
Cherini anunciou a realização de audiência pública na quarta-feira (27) para obter esclarecimentos dos presidentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Eletrobrás Termonuclear (Eletronuclear), além do promotor e do juiz que estão analisando a licença ambiental das usinas.
A comissão também vai discutir o tratamento dado ao lixo nuclear, que precisa ficar armazenado por 100 anos.
O deputado Adrian ressaltou que o lixo nuclear das usinas de Angra fica estocado em tonéis lacrados dentro de um galpão, a poucos metros dos prédios dos reatores. “Em outros países, como a Alemanha, se guarda o lixo atômico em uma mina de sal, a 800 metros de profundidade”.
Fonte: Agência Câmara

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