18 de abril de 2013

Líbia quer ajuda do Brasil na reconstrução

 
 
São Paulo (SP) – O novo governo da Líbia pretende reconstruir a infraestrutura do país, treinar e capacitar sua população e ampliar sua economia. Para colocar estes projetos em prática, os líbios querem ter o Brasil como um dos seus principais parceiros comerciais. Convidado pelo deputado federal Adrian (PMDB-RJ) presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Líbia a visitar o País, o vice-primeiro-ministro Abdulsalam Al-Mahdi al Qadi, teve reuniões na Câmara de Comércio Árabe Brasileira e na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) esta quinta-feira (18), para apresentar a empresários brasileiros os projetos para os próximos anos e disse que deseja ter empresas brasileiras no seu país.

Algumas dessas companhias suspenderam seus negócios na Líbia durante a revolução que resultou na morte do ditador Muamar Kadafi, em outubro de 2011. Antes do encontro, Al Qadi disse à ANBA que deseja a retomada dos projetos parados e também atrair “outras empresas”. As companhias que interromperam seus negócios foram as construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e a estatal do petróleo, Petrobras. Nesta quinta-feira, Al Qadi se reuniu com representantes destas três empresas e com funcionários da fabricante de máquinas Weg, do frigorífico JBS e da construtora OAS.

Al Qadi veio ao Brasil retribuir a visita que o deputado Adrian fez ao seu país em dezembro de 2012 e em março deste ano. Sempre acompanhado do deputado, que solicitou as audiências, o vice-primeiro-ministro se reuniu, em Brasília, com o vice-presidente da República, Michel Temer, com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, com o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel e com o chanceler Antônio Patriota.“Recebi convites para visitar diversos países, mas só aceitei o do Brasil sabendo da força que o País tem. Contamos muito com a presença do Brasil no processo de reconstrução da Líbia. O Grupo Parlamentar e a Câmara Árabe podem desempenhar um papel importante na aproximação entre os países e facilitar os contatos com as empresas", disse Al Qadi.

Embora tenha reconhecido que precisa da parceria de empresas brasileiras no processo de reconstrução do país, Al Qadi disse, contudo, que os empresários não deverão fazê-lo apenas pensando no lucro. O governo líbio deseja que empresas que investirem lá também se comprometam a treinar e capacitar o povo líbio para atuar no mercado de trabalho local.

Missão empresarial

O diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, afirmou que a instituição deverá organizar uma missão empresarial ao país ainda neste ano. O vice-presidente de Marketing da Câmara Árabe, Riad Younes, também disse a Al Qadi que instituições brasileiras podem ajudar a Líbia a recuperar seu sistema de saúde. As duas ações deverão ser realizadas no segundo semestre deste ano. A missão empresarial deverá ser acompanhada por uma delegação de deputados organizada pelo deputado federal Adrian, presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Líbia.

O embaixador do Brasil em Trípoli, Afonso Carbonar, que também acompanha a visita de Al Qadi ao Brasil afirmou que o país oferece oportunidades. Segundo Carbonar, a Líbia deverá registrar um crescimento entre 10% e 15% nos próximos anos e ampliar sua produção de petróleo de 1,6 milhão barris por dia para dois milhões de barris por dia em 2014. O país tem aproximadamente US$ 150 bilhões em reservas internacionais e uma renda per capita de US$ 12 mil, a maior da África. O país exporta cerca de US$ 60 bilhões por ano e importa US$ 40 bilhões.

“Em 2012, a Líbia comprou quase US$ 450 milhões [do Brasil] em produtos e 85% disso foi em carnes e frangos. Existe um potencial para a agroindústria, também para eletrônicos, bens de capital, empresas de construção. Eles estão vindo buscar parcerias com o Brasil porque compreendem que o País tem uma força estabilizadora, atua harmoniosamente e exerce uma liderança pacífica no mundo”,afirmou Carbonar.
 

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